Rumo a centésima:
81 01/06/2006 Botafogo 2 x 3 Figueirense
82 12/07/2006 Figueirense 2 x 1 Santos
83 22/07/2006 Figueirense 2 x 0 Gremio
84 12/08/2006 Corinthians 1 x 3 Figueirense
85 27/08/2006 Figueirense 2 x 0 Santa Cruz
86 20/09/2006 Figueirense 1 x 0 Internacional
87 28/10/2006 Figueirense 1 x 0 Botafogo
88 15/10/2006 Figueirense 2 x 1 Ponte Preta
89 01/11/2006 Gremio 1 x 2 Figueirense
90 04/11/2006 Figueirense 1 x 0 Juventude
91 18/11/2006 Flamengo 0 x 2 Figueirense
92 26/11/2006 Atlético PR 1 x 4 Figueirense
93 26/05/2007 América RN 0 x 1 Figueirense
94 02/06/2007 Figueirense 2 x 1 Goiás
95 10/06/2007 Figueirense 4 x 0 Flamengo
CHARGE PUBLICADA PELO DIARIO LANCE NO DAY AFTER
Proibiram a farra do boi, fizemos a farra do porco!
CHARGES DO ZEDASILVA NO DC
CLICKRBS 22/04/2006
SÉRGIO DA COSTA RAMOS NO DC EM 24/04/2006
Lição na Academia
No tempo em que os bichos falavam, e o grande anfiteatro do futebol catarinense era o prosaico Pasto do Bode, a visita de um grande clube brasileiro era uma oportunidade para a idolatria.
Ainda não havia um campeonato nacional e as Divas do esporte bretão exerciam o seu brilho nos clubes do Rio e de São Paulo.
Amistosos entre clubes catarinenses e esses potentados da bola eram espetáculos de enredo conhecido, em que os locais participavam como coadjuvantes e tietes. Os placares eram sonoros - goleadas medonhas, todas compatíveis com a modéstia e o amadorismo dos esquadrões catarinas.
Um Palmeiras x Figueirense, naqueles tempos românticos, não deixaria de incluir uma sessão de autógrafos em frente ao Lux ou La Porta, hotéis do centro da cidade. E, à noite, com luz de boate no velho Adolpho Konder, os flashes dos fotógrafos espocariam para compensar o breu reinante, com os jogadores do time local aproveitando os "lambe-lambes" e posando ao lado dos seus ídolos.
Iniciado o jogo, a goleada se desenhava logo aos primeiros minutos, tamanha a disparidade de forças e maestrias. Os maestros estavam sempre do lado de lá. Chamavam-se Djalma santos, Ademir da Guia, Julinho, Servílio, Tupãzinho e outros nomes dos álbuns nacionais. O Palmeiras, antigo Palestra, passou uma geração - 15 anos pelo menos - sob o glorioso epíteto de "Academia". Em campo, os "acadêmicos" sempre deixavam a boa lição.
Se o céu daqueles anos "sessenta", em cujo firmamento brilhava o deus Pelé, fosse o mesmo céu que abraçava o Orlando Scarpelli no último sábado, um turista - à maneira de Nelson Rodrigues - " haveria de anotar no seu caderninho":
- Estranho. A academia do Palmeiras jogou hoje em Floripa de uniforme novo. Tinha verde também, mas era predominantemente alvinegro. E aquele time todo de verde, qual seria?
Folhas amarelecidas em sépia registrariam: "Alternando brilhantes jogadas do seu sortido repertório, a Academia palmeirense aplicou ontem estrondosa goleada no Figueira, com destacada atuação dos seus cracks, entre eles o jovem center-forword Soares"...
Desperto da hipnose, o turista seria apresentado à realidade dos fatos. Em 13 minutos, a nova "academia" alvinegra despachou o "time periquito", sábado à noite mais periquito do que nunca. Até agora está juntando as duras penas.
O enredo não combinava com o "Evangelho" das antigas escrituras do futebol. Quem jogava era o time local. Em impecáveis 15 minutos, durante os quais não errou um único passe, o Figueirense derramou pelo gramado uma ópera agressiva como as "Valquírias", de Wagner, sob cujos acordes Francis Ford Coppola "ambientou" seu filme "Apocalipse Now"...
O Apocalipse alvinegro. Ao final do desastre, a crista dos palmeirenses embutiu-se num vestiário fechado a sete chaves. A vergonha flutuava no ar, a crista do técnico Leão aparada, o velho rugido silente, o hábito de ser "reclamão" recolhido ao providencial esconderijo.
Foi uma noite de libertação para o futebol catarinense, a assinatura de uma espécie de reconhecida maioridade, pelo reiterado profissionalismo que se consolida no Estreito.
Só espero, como avaiano juramentado, que a juba do técnico Leão não se transforme em soberba no meu amigo alvinegro Jair Francisco Hamms. Sábado à noitinha, glorioso como um Napoleão depois de Austerlitz, ele ligou para minha casa, blefando:
- Estou acordando de uma soneca, acabei perdendo o jogo... Sabes quanto é que foi o Figueira?
E eu, fingindo indiferença:
- Olha, o Figueira não sei. Mas o Avaí é o novo "Invicto do Solimões"! Arrancamos um heróico empate, enfrentando jacarés, jibóias e o time do São Raimundo!
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POF 42213